terça-feira, 9 de junho de 2009

Benfica 35-36*

Grs. - Cândido Tavares (14 j.)

Dfs. - Francisco Gatinho (13 j.), Gustavo Teixeira (13 j.), Francisco Albino (13 j.), João Correia (9 j.) e Raul Baptista (2 j.)

Mds. - Carlos Torres (12 j.), Luís Xavier (11 j.), Gaspar Pinto (9 j.), Domingos Lopes (9 j.) e Francisco Costa (5 j.)

Avs. - Rogério Sousa (14 j.), Vítor Silva (12 j.), Alfredo Valadas (12 j.), Guedes Gonçalves (3 j.) e Fernando Cardoso (3 j.)

Tr. - Lipo Herczka

Golos: Alfredo Valadas (12), Carlos Torres (9), Vítor Silva (7), Luís Xavier (6), Rogério Sousa (3), Guedes Gonçalves (2), Domingos Lopes (2), Fernando Cardoso (1), Raul Silva (Sporting - 1 p.b.) e Rendas (Vit.Setúbal - 1 p.b.)

*Dados fornecidos pelo colaborador António Santos a quem desde já agradeço.


Com esta equipa o Benfica venceu a 1ª de 3 edições do Campeonato da Liga, uma prova cujo modelo antecedeu o do Campeonato Nacional (14 j. 8 v. 5 e. 1 d. 44-23 g. 21 p.). O seu treinador húngaro foi segundo um dos comentadores deste blog, um dos "refundadores" que o clube teve ao longo da sua existência. Como ele também eu penso que o S.L.Benfica necessita actualmente de se "refundar", com profissionais competentes quer na sua equipa principal quer nas equipas de formação desde os escalões mais baixos. Para mim a questão da formação tem de ser também central na vida do clube como fazem os grandes clubes / marcas de topo europeu, basta ver o exemplo do Barcelona esta época com 5 ou 6 jogadores da "cantera" entre os titulares. Será também esse o caminho que o Benfica tem de seguir de modo a conseguir recuperar o terreno perdido já há muito tempo para o Sporting (principalmente e que melhor tem trabalhado nesse aspecto) e o F.C.Porto, para que volte a assumir-se como uma marca de prestígio mundial.

9 comentários:

  1. Há aqui onde vivo um Gatinho que é irmão deste "Chico" Gatinho (já falecido) que além do Benfica jogou também, ao que julgo saber, no Belenenses.
    Eu dei aulas a uma sobrinha-neta dele(s) assim como a duas outras raparigas, irmãs, também Gatinho e suas familiares.
    Quanto a esta equipa (que é muito anterior ao "meu tempo", aliás) é, no entanto, julgo poder dizê-lo com alguma segurança, um bom exemplo daquilo que eu entendo ser uma EQUIPA: tinha "estrelas" (o Vítor Silva, o Albino ou o Gaspar Pinto), um goleador tremendo (o Valadas) e uma série de "aguadeiros" ou "gregários" (como se diz no ciclismo) que municiavam e apoiavam humildemente as vedetas, cimentando o conjunto.
    No fundo, o 'ovo de Colombo'.
    Claro que hoje é incomparavelmente mais difícil conjuntar um conjunto de futebolistas, mesmo dos muito jovens: toda a gente "é" vedeta e ninguém "chega" ao Benfica: vem todos, no fundo... "estagiar" para o Benfica mas já com o dicionário de inglês (ou de italiano ou de castelhano) debaixo do braço porque toda a gente é boa demais para ficar "por aqui" e tem planos para jogar no Manchester ou no Inter, para não dizer no Barcelona...
    Até a maior parte dos juniores já "vem com" empresário...
    Ora, fazer EQUIPAS com "maradonas a granel" não é fácil...
    Talvez só mesmo se Jesus der uma ajudinha...

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  2. Sim a minha grande dúvida sobre Jorge Jesus é saber que Jesus vamos ter no Benfica. É que a "cobrança" como dizem os brasileiros vai ser muito maior do que ele alguma vez teve na vida.Pelo que conheço da forma como ele treina parece-me ser uma pessoa muito espontânea a falar, fala uma linguagem que todos entendem é certo mas parece-me ser uma pessoa a quem "lhe salta a tampa" com demasiada facilidade.E sabe-se como é a imprensa que pode ver nesse seu traço de personalidade uma fraqueza a explorar, tenho dúvidas se ele não se irá perturbar pela comunicação social.
    Se a equipa não mudar muito, os mesmos jogadores vão encontrar uma pessoa completamente diferente
    de Quique Flores,enfim os resultados é que decidirão,mas o blábláblá do Quique ainda adormeceu muita gente...
    Sobre os juniores é verdade o que diz,mas essa atitude dos mais jovens não é só no Benfica eu sinceramente ando um pouco farto de ver essa atitude em quem ainda não mostrou nada no futebol,é que as pessoas falam tanto na má atitude da selecção A e esquecem-se que essa má atitude nas selecções começa muito mais cedo.Eu realmente nem queria acreditar no que dizia o Rui Santos no sábado: que os jogadores não tinham atitude porque na selecção não recebiam como nos clubes ou os prémios não eram aliciantes,etc. É lamentável que esse senhor porque gosta muito do Queirós venha pôr as culpas todas nos jogadores.Então não é quem os comanda que tem de lhes incutir essa atitude? Em Toulon a selecção de sub-21 é a mesma coisa, o senhor Caçador finalmente assumiu que não é capaz de mudar as coisas e saíu, mostrou dignidade.Os treinadores fazem-se reféns dos jogadores desde os escalões mais jovens, não impõem disciplina, não exigem mais entrega, os treinos no Jamor (e eu já vi alguns) são peladinhas,jogos à rabia para os meninos se entreterem, andam às cavalitas uns dos outros é uma festa. quando os jogadores chegam ao topo o que é que queriam?

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  3. É! Mas isto, Gonçalo (fala-lhe quam lidou com a rapaziada profissionalmente ao longo de três décadas) é, de facto, muito difícil de controlar--e muito mais ainda, através de uma iniciativa exclusivamente individual.
    Vivemos uma situação tal que quem pretender opor-se ao verdadeiramente indecoroso namoro (até no plano estritamente didáctico, mandando que se divirtam os "clientes" em vez de ensinar os alunos...) feito aos "Jovens" é imediatamente 'imolado': ou pelos papás (pelos "sindicatos de pais" que são um verdadeiro cancro no ensino e um modo absolutamente extraordinário que a 'pós-modernidade educativa' achou para se suicidar levando consigo o futuro...) ou pelos colegas, no caso das Escolas ou ainda pelo ministério, também neste último caso.
    Dou-lhe um exemplo: dei aulas numa escola (não interessa onde...) na qual a aula que estava a foi, um dia, interrompida por uma barulheira inimaginável de marteladas.
    Vim cá fora ver o que era e deparo com um grupo de miúdos do 7º ano de escolaridade que tinham tido "furo" e que partiam alegremente uma porta do piso superior a pontapé!
    Perguntei ao empregado o que pretendia ele fazer e ele respondeu-me: "Nada, professor! A gente vai ao Conselho Directivo, eles não fazem nada, ainda vêm aí os pais pedir atisfações e quem arranja, depois, problemas somos nós!
    Vale mais deixá-los partir a porta e substituí-la em seguida..."
    E o pior é que eu até o percebo...
    O problema é que ninguém está interessado em arranjar maçadas travando este processo de desresponsabilização: é muito mais... "confortável" teorizá-lo, "justificando" comportamentos que, potr isso, apenas podem agravar-se sempre cada vez mais...
    Eu sempre fui um professor naturalmnte dialogante mas o que estava já há muitos anos a suceder, logo desde a escola, é de facto demais!

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  4. Já agora, não resisto a dar-lhe ainda outro... "exemplo": um dia, como professor, particpei numa actividade com um dos craques da psicologia educacional aí da nossa "praça".
    Contou ele que, um dia, um aluno, a quem uma professora dissera para deitar fora a pastilha elástica que estava a mascar, respondeu: "Mas, afinal, que m. é esta: numas aulas, pode-se mascar pastilha, noutras não! Não percebo nada desta m.!"
    Foi o bom e o bonito e o aluno foi expulso da sala.
    Pois...
    Pois mas o pior é que sabe qual era, para o distintíssimo psico-educador, o "problema"?
    É que o professor agiu mal, não se enquadrou devidamente nos aspectos psicocausais do jovem e este tinha toda a razão para reagir uma vez que a própria escola tinha falhado ao não fixar regras definidas de conduta!!!!
    Juro!
    Tive com essa sumidade uma discussão que "fez faísca" mas, no fim, que remédio teve senão aceitar que... "Bom... talvez... o aluno... pois... não é..."
    Como dizia um antigo professor meu do liceu: "Abóbora, menino, abóbora!"...

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  5. Pois mas o problema no futebol de formação é a falta de liderança.Liderança que devia começar no papel de um director técnico nacional como Nelo Vingada ou António Simões (e não falo no Jesualdo porque está ocupado), alguém que trabalhasse em conjunto com os treinadores dos escalões abaixo para que se criasse um modelo de jogo português,não há o modelo de jogo argentino,espanhol ou holandês trabalhado desde os sub-14 ou 15? Em Espanha o Xavi foi campeão do mundo de juniores,o Fabregas, o Iniesta, o Torres,o Valdez foram campeões da Europa de juniores, campeões nos sub-17,nos sub-19,vice-campeões de sub-20,etc.Ou isso agora já não conta para nada? No Benfica podia-se fazer o mesmo. O Quique começou logo a borrar a pintura na pré-época quando encostou(ou embirrou) com o Diamantino e o Chalana,esses mais o Nené,o Veloso, o Álvaro, até o Alberto Bastos Lopes não têem lugar no Benfica porquê? Eu até defendo que o lugar ideal do Rui Costa era (e continua a ser) como coordenador do futebol jovem alguém que fizesse a ligação entre os juniores e a equipa principal que ajudasse à sua integração, só espero é que para o ano se as coisas correrem mal não seja mais um para "queimar".

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  6. Eu sempre pensei que o Rui Costa conseguisse (re) criar um espírito próprio ganhador, no Clube que fosse sentido 'verticalmente' dos miúdos à 1ª equipa e que se traduzisse, i.e. que tivesse expressão técnica específica no tal "estilo" não só português mas concretamente 'benfiquista'.
    "Antigamente" quem viesse para o Benfica, vinha para um lugar num modelo (que foi, durante muito tempo, o «do» Mestre Cândido, o WM), ou seja, queria ser extremo-direito ou esquerdo, interior, avançado-centro, defesa-central etc.
    O modelo existia, a culura vencedora também, os 'artistas' "limitavam-se" a ilustrar na prática o modelo.
    Era (salvo as devidas proporções...) como no Teatro ou na Ópera: cada executante tinha um "understudy", um substituto que entrava se a "estrela" estava... engripada.
    O Zézinho (o tal...) era um Zé Augusto ou um Palmeiro (antes dele) 'menor' (foi-o, algumas vezes); o Santana, um Coluna 'menor' e por aí fora.
    Cada um tinha um lugar no tabuleiro e, depois, era uma questão de capacidade individual. De saber quem driblava melhor, corria mais velozmente e cruzava de forma mais certeira, no caso dos extremos; quem saltava e respondia melhor aos cruzamentos e atirava melhor à baliza, no do avançado-centro, etc. etc.
    O modelo, todos o conheciam, interiorizavam, realizavam no campo o melhor que a sua arte permitia.
    E havia os Eusébios (houve UM!) que criava os desequilíbrios, o Coluna que mudava de flanco de jogo e ligava o botão da direita ou da esquerda mas a 'orquestra' inteira, das estrelas residentes aos "understudies" tinha a 'partitura' sempre toda na cabecinha mesmo quando não estava a pisar o 'palco'...
    E treinava-a horas e dias a fio...
    E, depois, claro, a cultura ganhadora: a ideia (veiculada no campo pelos Ângelos, pelos Cavéns etc. com o respectivo cumprimento teórico sempre minuciosamente 'fiscalizado' e julgado quando era preciso pelos "velhos", os Costa Pereiras, os Colunas, os Zé Augustos); a ideia de que não havia "não-ganhar" que era, AUTOMATICAMENTE, traduzida internamente por... perder.
    É essa mistura orgânica de "cultura" e da respectiva expressão técnica e táctica 'vertical' que falta e que eu pensei que o Rui Costa com o "Diamante", o Alves, o Chalana fossem voltar a trazer e consolidar no Clube.
    Afinal... chega o 'Quique' e desata a dizer que "só para o ano não-sei-quantos é que talvez", que "não perder com o Sporting em casa já não era mau para aquela equipa", que os "Andrades é que" e pronto, acabou-se!
    Acabou como acabou...
    Pode ser que agora que parece que "Jesus Himself" se interessou, finalmente...

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  7. Amigo Gonçalo:
    Deixei-lhe uma (imeeensa!) resposta no local onde postou o seu comentário no "Quisto".
    Como a página em causa já foi passada, é natural que não lhe ocorra lá ir ver.
    Se, porém, quiser dar-se a esse trabalho, temos ali "pano para mangas" para discussão...
    Um abraço.
    Carlos

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  8. Vim até cá matar saudades!
    E "visitar" um interessantíssimo conjunto de fotos do Sporting da Covilhã, um clube de que, por uma razão qualquer que desconheço, sou simpatizante, juntamente com o Barreirense (sobre o qual há também aqui, nestes seus riquíssimos e muito versátieis "Números..." coisas de um enorme interesse)!
    Vale sempre a pena "dar cá um saltinho"!...
    Um abraço!

    Carlos

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  9. Olá amigo Carlos Acabado! Pois eu nestes últimos dias tenho andado mais a pesquisar jornais antigos, a ver se consigo publicar aquilo que pretendo no blog ainda este mês.
    Esse blog do Covilhã é uma verdadeira galeria do clube o que a mim não me surpreende, o Covilhã apesar de já há muito tempo não estar na 1ª Liga tem uma massa adepta muito entusiasta (tal como o Barreirense aliás) de fazer inveja a grande parte dos actuais clubes da Liga principal.

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